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in Newsletter ANQEP n.º 50
Os prós e os contra da prova
É ou não aprovada a prova realizada atualmente no âmbito dos processos de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC)? Na prática foi esta a questão que norteou os trabalhos que decorrem, no dia 6 de abril, no Centro de Congressos de Lisboa, envolvendo técnicos da Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional (ANQEP), membros das equipas técnicas dos Centros para a Qualificação e o Ensino Profissional (CQEP), representantes de parceiros sociais e especialistas nos domínios da educação e formação de adultos. Conforme referido por Gonçalo Xufre Silva, Presidente do Conselho Diretivo da ANQEP, o objetivo deste workshop foi o de se envolver nesta discussão "quem possa acrescentar valor" à temática, recordando que a introdução da prova no âmbito dos processos de RVCC surgiu com a publicação da portaria nº 135-A/2013, de 28 de março. Subjacente a esta introdução estava, conforme recordou Gonçalo Xufre Silva, a "tentativa de recuperar alguma credibilidade social para o processo de RVCC". Mas, havia, de facto, um risco: "poder-se-ia escolarizar o processo". Agora, acrescentou o Presidente do Conselho Diretivo da ANQEP, é tempo de "alimentar uma reflexão que possa ajudar a evoluir".
Diferentes abordagens
E foi precisamente em torno dessa reflexão que decorreram os trabalhos do dia, elencando-se os prós e os contra da prova, à medida que as intervenções se fizeram.
Armando Silva, diretor do CQEP do Agrupamento de Escolas de Pinheiro, frisou sobretudo a existência de "reações negativas" por parte dos formandos que transitaram dos antigos Centros Novas Oportunidades, assim como "uma tendência acentuada" nos membros da equipa técnica "para prepararem os adultos para as provas". Tudo isto, a par de um "investimento incessante na construção de um portefólio rico, com impacto significativo final", e de "uma dificuldade muito grande, por parte dos adultos, em se autoavaliarem de forma consistente". Em termos de dificuldades "não ultrapassadas" para o trabalho que é assegurado pelo Centro, Armando Silva salientou a "ausência de um template de prova", de "formação específica para os elementos da equipa" e ainda de "um técnico de orientação, reconhecimento e validação a tempo inteiro". No domínio das "considerações (im)pertinentes" associadas à prova, este diretor de CQEP elencou a existência de profissionais sem formação adequada (com tendências para assegurarem formação aos formandos no decorrer do processo); os custos financeiros das provas (exigem muitas horas de trabalho não pagas); e a ausência de divulgação das provas na plataforma de contacto entre a ANQEP e os CQEP e entre estes. Além disso, recordou que, no âmbito do novo desenho de qualificações, baseadas em resultados de aprendizagem, também as ferramentas de avaliação tradicionais devem ser revistas.
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